A Tether anunciou o lançamento das stablecoins USDT na Lightning Network usando o protocolo Taproot Assets.
Isso marca a terceira tentativa da Tether de integrar tokens USDT no ecossistema Bitcoin:
- Em 2014, esses tokens foram emitidos na blockchain do Bitcoin usando o protocolo de tokenização Omni Layer
- Em 2019, tokens USDT também foram emitidos na Liquid, uma sidechain do Bitcoin
No entanto, esses tokens nunca ganharam tração significativa entre os usuários de Bitcoin (tanto L1 quanto L2):
- O fornecimento total de USDT atualmente excede 139 bilhões de tokens
- Menos de 0,1 bilhão (91 milhões) são emitidos na mainnet do Bitcoin
- Menos de 0,04 bilhão (36 milhões) existem na blockchain Liquid
Para perspectiva, o Ethereum hospeda 74 bilhões de USDT, enquanto a rede Tron carrega 59 bilhões.
Nenhum token foi emitido ainda usando o novo protocolo Taproot Assets. Para que isso aconteça, alguém precisaria depositar dólares com a Tether e solicitar especificamente a cunhagem de tokens na Lightning Network. Acho difícil imaginar por que alguém precisaria disso.
Existem duas razões principais para meu ceticismo:
- Primeiro, os números acima falam por si. Os usuários de Bitcoin mostraram uma demanda muito limitada por USDT.
- Segundo, embora os tokens existentes baseados em Omni Layer possam tecnicamente ser transferidos através da Lightning Network, a única carteira que suportava esse recurso interrompeu o desenvolvimento em 2023 devido ao uso mínimo.
Não vejo muito potencial na última tentativa da Tether de vender stablecoins para bitcoiners. Bitcoin e USDT representam mundos fundamentalmente diferentes - o Bitcoin opera independentemente do sistema fiduciário, enquanto o USDT depende inteiramente dele.
No entanto, esses mundos ocasionalmente se cruzam. No rabbit.io, você sempre pode trocar BTC por USDT e vice-versa - convenientemente e sem registro. Não é necessário que a Tether emita tokens no protocolo Taproot Assets, pois lidamos com trocas de tokens em todas as redes.
