Quando o Centro Nacional de Resposta a Vírus Informáticos da China afirmou que o governo dos EUA estava ligado ao roubo de 127.000 BTC em 2020, eu não levei muito a sério. Todos acusam todos durante guerras comerciais.
Mas descobriu-se que um mês antes, o conhecido investigador de blockchain ZachXBT havia levantado suspeitas semelhantes com base na sua própria análise on-chain. Na altura, os media ignoraram em grande parte a sua declaração, por isso passou despercebida.
Quando a mesma acusação vem de dois analistas independentes, começa a parecer séria. Até a Arkham acredita que os endereços que receberam os BTC roubados pertencem ao governo dos EUA.
E outro investigador alega que os hackers exploraram uma vulnerabilidade no gerador de números aleatórios usado para criar carteiras para o pool de mineração que foi assaltado.
Aqui é que a coisa fica interessante.
- Hackers white-hat do grupo Milk Sad têm estudado essas vulnerabilidades há muito tempo. Descobriram centenas de milhares de endereços fracos — não para roubar as moedas, mas para chamar a atenção para o problema e melhorar a segurança do Bitcoin.
- Mas os white-hats não são os únicos a encontrar vulnerabilidades. Também há hackers black-hat — aqueles que as usam para tomar o que não lhes pertence.
Então, com que grupo um governo deve alinhar-se: com os white hats ou com os black hats?
E se esse for o caso… por que razão o governo escolheu aqui o manual dos black-hats? Porque nem mesmo um Estado pode apreender o seu bitcoin por meios legais.
